Durante cerimônia de anúncio dos investimentos previstos no novo acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, abriu sua fala com uma cutucada ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). “Aqui vai precisar trabalhar muito, comer menos banana com casca e trabalhar bastante pelo povo de Minas Gerais”, disse, em alusão ao vídeo em que o governador come uma banana com casca para criticar a alta dos alimentos.

A provocação arrancou risadas da plateia e sinalizou o tom político do evento, que reuniu boa parte do primeiro escalão do governo federal, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ato oficializou a destinação de R$ 132 bilhões, do total de R$ 170 bilhões previstos no novo acordo com as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, para obras e ações de reparação, assinado em março deste ano.

“Com esse dinheiro é possível chegar ao final desse período com 100% das cidades com saneamento básico, com escola em tempo integral, com creches, com equipamentos de saúde e condições reais de sustentabilidade ao longo do tempo”, disse Rui Costa.

Segundo o ministro, o novo acordo de repactuação foi resultado de resistência política e revisão técnica. “Logo nas primeiras reuniões, o presidente Lula nos chamou para rever o acordo de Mariana, que não incluía populações indígenas, quilombolas e outras comunidades atingidas”, afirmou.

Costa também acusou uma pressão para que o governo federal aceitasse um acordo considerado "insuficiente". “Houve pressões, inclusive do governador deste estado, para que assinássemos o acordo do jeito que estava. E o senhor [Lula] disse: esse acordo não atende nem em valor, nem em alcance e nem reconhece as populações atingidas. Não é para . É para fazer um acordo que, se não for o ideal, seja pelo menos capaz de alcançar as pessoas, garantir indenizações e gerar projetos com sustentabilidade ao longo dos anos.”

O novo acordo prevê que R$ 25,3 bilhões sejam reados diretamente ao estado de Minas Gerais. O restante será dividido entre projetos prioritários, assistência aos atingidos e reconstrução dos territórios devastados. A expectativa do governo federal é de que as obras tragam resultados palpáveis em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

Rui Costa reforçou ainda que a sociedade civil precisa acompanhar a execução das promessas. “Chamo aqui toda a comunidade, a sociedade, a acompanhar e monitorar a aplicação desses recursos”, pediu.

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